Profa. Dra. Maria Inês Batista Campos

Professora, pesquisadora e orientadora do Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa e do Mestrado Profissional em Letras (Profletras) do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Integrante dos Grupos de Pesquisa GEDUSP (Grupo de estudos do discurso da USP) e Linguagem, Identidade e Memória (CNPq/PUC-SP). Participa do projetos de cooperação acadêmica interinstitucional PROCAD (USP/UFRN/UNISINOS) e Dinter (Universidade Estadual do Pará). Editora responsável da Linha d'Água, revista acadêmica do PPG de Filologia e Língua Portuguesa. Coordenadora do Mestrado Profissional em Letras (Profletras)/USP . Em fevereiro de 2018, foi professora convidada da Faculté des Langues na Université Lumière II em Lyon, França para ministrar um curso de Linguística do Português. Foi vice-coordenadora do Programa de Licenciaturas Internacionais/ PLI-França, entre Universidade Paris IV e USP (2012-2014); coordenadora da Comissão de Licenciatura de Letras (CoC Licenciatura/ Letras), no período 2009-2012; vice-coordenadora do GT da ANPOLL Estudos Bakhtinianos (2010-2014). Em 2017, fez um pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte com bolsa Capes-Procad. Em 2015, fez pós-doutorado na Université Paris VIII Saint Denis, França com bolsa Fapesp; em 2014, fez pos-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; em 2008, 2009 fez pós-doutorado no Programa de Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL) na PUC de São Paulo; Experiência na área de Linguística Aplicada e ensino de língua portuguesa. Autora de material didático de língua portuguesa para o ensino médio. Atua com os temas: teoria bakhtiniana, gêneros do discurso, autoria, estilo, dissertação e argumentação em manuais escolares de língua portuguesa.

Email: maricamp@usp.br 
Currículo Lattes

 

Projetos de Pesquisa

2018 - Atual

Argumentação, ensino, memória: por uma teoria dialógica da linguagem

Descrição: Este projeto, que se inscreve na linha de pesquisa Linguística Textual e Teorias do Discurso no Português, toma como objeto de investigação a argumentação em diferentes objetos discursivos, entre eles manuais didáticos e em periódicos de ensino, sobretudo no que se refere às questões de dissertação escolar, problemas de redação, gêneros do discurso, particularmente, redações do vestibular, do ENEM, em que se encontra uma tensa problematização com a palavra do outro, isto é, com o discurso alheio, um dos conceitos centrais na concepção de linguagem de Bakhtin (1934-35), Medviédev (1928) e Volóchinov (1929. Trata-se, nessa medida, de colocar em foco os manuais didáticos produzidos a partir da década de 1960, buscando as orientações e métodos que conduzem os alunos às noções de texto dissertativo, argumentativo, discurso alheio no discurso próprio, formas de citação, formas de introdução, formas de argumentação por causa, consequência, contraposição, conflitos etc. Tendo em vista o estudo desses fenômenos linguísticos e discursivos, principalmente, nos manuais escolares e nos comentários em fóruns de discussão que circulam nas redes digitais com temas relacionados a aspectos sociais e culturais, por exemplo, vamos tomar como base o conceito bakhtiniano de estilística do gênero ([1934-35] 2015:21). Para Bakhtin, o enunciado concreto não é um sistema abstrato da língua, mas ele o entende como um acontecimento único, histórico, em que está situado em um tempo e espaço real com sujeitos que interagem socialmente com um propósito discursivo. Essa estilística do gênero parte de um estudo amplo em torno da estilística do romance soviético em que Bakhtin busca superar a divisão entre forma e conteúdo. Na verdade, esse texto surpreende pelas análises linguístico-discursivas do gênero do discurso e da estilística sociológica, fundamental para as análises dos estudos argumentativos nos manuais, uma vez que que as propostas didáticas contem gêneros intercalados, híbridos como também diversas linguagens, gêneros e estilos. Essa fundamentação teórica tem como finalidade (i) servir de base para análises linguístico-discursivas da produções escritas, visando as atividades didáticas relacionadas à argumentação/ dissertação e os comentários nos fóruns de discussão; (ii) aprofundar o conceito de argumentação na concepção bakhtiniana e em teorias linguísticas da argumentação; (iii) elucidar a presença da função argumentativa e da crítica como atividade humana que coordena múltiplos e heterogêneos saberes nos materiais didáticos de língua portuguesa em circulação a partir de 1964, início da ditadura brasileira. Metodologicamente, prevê-se um trabalho a partir de uma base documental coletada nos acervos do livro didático de várias universidades (FEUSP, UFRN, Bibliothèque Diderot de Lyon [documentation életronique]), para implantar uma análise pela aplicação do método dialógico, contemplando três etapas: (a) a dimensão alteritária, em o pesquisador participa responsavelmente da coleta dos dados; (b) a tensão dialética instaurada entre pesquisador e materiais coletados; (c) a responsividade observável entre vários materiais de mesmo período histórico e de outros períodos. O objetivo principal é aprofundar a concepção de argumentação, na medida em que ela pode elucidar a atividade dupla da linguagem na qual há uma tensão entre o monólogo e o diálogo, entre o trabalho enunciativo e o trabalho interacional presente nos manuais escolares de língua portuguesa em circulação no ensino médio brasileiro. Quanto às contribuições cientificas e sociais do projeto, ressaltam-se: (i) a continuidade nas investigações em desenvolvimento ou desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa Linguagens, discurso e ensino a saber, a análise dialógica dos discursos, construindo uma arquitetônica da produção escrita; (ii) socialização da produção, por meio de publicações.

 

Grupos de Pesquisa

Grupo de Estudos do Discurso da USP (GEDUSP)

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Linguagem, Identidade e Memória

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